A saúde mental se tornou um dos assuntos mais abordados atualmente quando tratamos de pessoas. Mas o que significa saúde mental e qual é a necessidade de cuidarmos da nossa, principalmente no ambiente de trabalho?
O termo “saúde mental” está relacionado com a forma que as pessoas lidam com as responsabilidades e exigências do cotidiano e o modo que elas harmonizam suas ideias e emoções. O cérebro, órgão fundamental para o funcionamento do nosso corpo, tem suas atividades baseadas em neuroquímica, ou seja, combinações entre compostos que nos fazem sentir felizes, dispostos e nos mostrar que estamos sem nenhum tipo de desarranjo físico ou emocional. É nele que também acontecem os comandos para o funcionamento do corpo em geral, ou seja, se o nosso cérebro está mal, o corpo sofre de alguma forma.
Dito isso, é válido lembrar que, em alguns casos, passamos mais tempo em nosso ambiente de trabalho do que em nossas próprias residências. Logo, além de buscar talentos e potenciais em ascensão, as organizações precisam criar um ambiente que proporcione o desejo de pertencimento ao espaço daquela organização.
Portanto, as organizações que encontram mais meios de manter esses colaboradores, ofertando melhores condições físicas, materiais, e por sua vez, sociais e psicológicas, acabam se destacando diante das outras. É um investimento mútuo, caracterizado pelo engajamento e satisfação, e isso só acontece de maneira sadia quando o ambiente laboral se mostra favorável, proporcionando bem-estar e integridade. Entretanto, ainda que exista toda essa preocupação, existem situações que são inatas ao exercício de cada profissão.
A fim de elucidar essas situações, podemos dizer que muitos transtornos psicológicos começam com o estresse, logo depois vem a ansiedade, a depressão, a estafa, e entre outros sentimentos que são naturais da nossa psique e que podem servir como sinais de alerta. Por exemplo, o burnout, também conhecido como síndrome do esgotamento profissional, é quando a pessoa está se esforçando intensamente no trabalho, somado às tarefas do cotidiano, e acabam esquecendo do momento de relaxar e descansar o corpo e a mente. Esse desgaste prolongado acaba gerando estresse e ansiedade, impactando negativamente na vida pessoal e profissional dessas pessoas. Dessa forma, esses sintomas se tornam um sinal de alerta para que a empresa perceba que tem algo de errado com determinado funcionário e que precisam trabalhar maneiras de melhorar essa situação.
Ademais, segundo Bateson, cientista social do século XIX, um mapa não é um território, e relacionando este pensamento com a gestão das organizações, podemos dizer que ela não deve se prender a cartilhas. E para existir um mapa, é necessário que um bom cartógrafo vá até o território e diga o que lá existe, mas ainda assim não significa pertencer àquele território. Em outras palavras, se a gestão da organização se propõe a estar no mesmo ambiente que seu colaborador, conhecendo todo o seu território, seus detalhes, e o que há realmente dentro de cada setor, ela então se coloca no lugar de observadora e, consequentemente, capaz de perceber e cuidar plenamente da integridade e saúde mental dos funcionários.
Devido a essas ocorrências, se torna cada vez mais importante criar um bom setor de Gestão de Pessoas nas empresas, aliando o RH ao Departamento Pessoal e fortalecendo ambas as partes, para que estes possam reconhecer quais os pontos que levam à desmotivação do colaborador. O setor de RH auxilia na escuta e acolhimento, proporcionando espaços de troca e possibilidades de pertencimento. Dessa forma, podemos afirmar que mesmo o inato pode ser prevenido.